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OAB Sorocaba foi provocada pela sociedade, pelas autoridades e, finalmente, pela imprensa para
auxiliar na construção de um debate que pretenda solucionar o problema dos
guardadores de veículos em vias públicas. Na opinião do presidente Ogusuku a
matéria é emblemática, uma vez que nos espaços públicos, como as ruas, a
segurança deve ser encabeçada pelo Estado, sujeito competente e responsável pela
execução de políticas e ações públicas que minimizem a violência, inclusive os
roubos e furtos de veículos. E é na ineficiência do Estado que a “iniciativa privada” mergulha para auferir lucros. É
assim, por exemplo, com os seguros de veículos que no Brasil é um dos mais
caros do mundo; com estacionamentos particulares e os preços cada vez mais proibitivos; e com os “flanelinhas”. Acaso
existisse uma segurança pública e eficiente o problema dos guardadores não
estaria na pauta dos Poderes, da Imprensa, quiçá da OAB. Mas
o fato é que a sensação de insegurança é tão grande que grassou entre nós está estranha
modalidade de “serviço”, que se manifesta de várias formas. Há aquele “flanelinha”
que vale-se da solidariedade humana para conquistar uns trocados para matar a
fome e a sede, como as crianças e adultos carentes que pedem um dinheiro (esmola)
em troca de olhar um carro. Em outros, as situações tangenciam a criminalidade,
extorsão penal, quando o “flanelinha” intimida
o cidadão a lhe entregar dinheiro sob velada ameça de causar dano ao veículo
estacionado. E existem mesmo situações profissionais, como os casos em que o proprietário
entrega o seu veículo com chave e tudo para que seja estacionado e guardado
pelo “flanelinha” em uma via pública. O que fazer?
A inciativa da presidente da Comissão de Cidadania e Ação Social, Dra.
Rosana Batista, em arregimentar um grupo de advogadas e advogados para entender
o problema, debate-lo e, quem sabe, equacionar soluções, é salutar e tem o
apoio do presidente da Subseção. Esperamos e torcemos para que os Poderes e a sociedade encampem o debate. Discutir o “flanelinha” é, em última análise, desvendar os lindes
da segurança pública: um dever do Estado e um direito do Cidadão.
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