sexta-feira, 8 de julho de 2011

Matéria do Jornal Bom Dia Sorocaba: Conciliando a gente se entente

Matéria de hoje publicada no Jornal Bom Dia Sorocaba entitulada "Conversando a gente se entende" (Notícias dia-a-dia), entrevistou, dentre outros profissionais, a Presidente da Comissão de Mediação e Arbitragem da OAB Sorocaba: Dra. Juliana Cristina Gardenal:

Câmaras de mediação ajudam cidadãos a resolver seus impasses antes que casos cheguem ao Judiciário e fiquem à mercê da lentidão da Justiça. Pessoas envolvidas em conflitos são postas frente a frente para chegarem a uma decisão boa para ambas as partes


Rodrigo Rainho    Agência BOM DIA

Passado o doce do amor, veio o amargo da separação. Foi assim que a contadora Telma Sampaio, 29, viu seu casamento virar divórcio e a distância transformar-se  em impasse durante a partilha dos bens. Antes de optarem pelo penoso caminho judicial, no entanto, ela e o ex-companheiro buscaram o consenso em uma das câmaras de mediação de Sorocaba. O acordo abreviou a espera e o desgaste causado pela disputa.
Nas câmaras, pessoas com interesses divergentes  são colocadas frente a frente, muitas vezes pela primeira vez desde que iniciou-se o conflito.
Telma e o ex-marido procuraram a Câmara de Conciliação e Mediação da Uniso (Universidade de Sorocaba), uma das várias existentes na cidade. “Na época eu não podia pagar por advogados e  custas de processo. Procurei um amigo da faculdade e ele me apresentou a possibilidade da conciliação, que é gratuita”, diz Telma.
A discussão entre a  contadora e o ex teve como estopim a divisão dos eletrodomésticos “O conciliador conversou com ele, depois comigo, e alguns minutos depois colocou a gente frente a frente. Resolvemos tudo ali, numa boa”, conta. Pouco tempo depois, Telma já tinha em mãos o papel do divórcio.
A experiência da contadora é um dos muitos casos de sucesso obtidos através da mediação e conciliação. As câmaras de mediação  de Sorocaba desafogam o Judiciário, impedindo que conflitos tornem-se processos.
A conciliação, aliás, é uma tendência, já que resolução do Conselho Nacional de Justiça determina que todo tribunal brasileiro deve possuir um centro  de solução de conflitos. Na prática, todo cidadão deverá tentar a conciliação como primeira opção.
Trata-se de uma “cultura de pacificação”, segundo  Juliana Gardenal, presidente da Comissão de Mediação e Arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil de Sorocaba.
Estudantes mediadores     Mediadores e conciliadores são voluntários da comunidades na maioria das câmaras, mas nas universidades o trabalho é realizado por estudantes, principalmente do curso de direito.
280   conciliações é a capacidade de atendimento mensal do Juizado Especial Cível do Fórum Estadual
Câmaras de Arbitragem também resolvem conflitos   A Câmara Arbitral de Sorocaba atende casos de mais complexidade, mas o serviço é pago. A Câmara fica na avenida Barão de Tatuí, n.º768, no Jardim   Vergueiro.
Tirando o piano das costas alheias
Mediadores não estão nas câmaras para julgar, mas sim para encaminhar o entendimento. Cada acordo garantido, torna-se recompensa
Os mediadores não têm a função de julgar as pessoas conflitantes ou o mérito da divergência, mas sim conduzir as partes para a negociação de interesses.
“Esse profissional deve perceber a situação e direcionar a conversa para o melhor foco”, diz Juliana Cristina Gardenal, da OAB. Marco Antônio Carriel, professor da Uniso, é conciliador. Com mais de 20 anos de advocacia, conta com o apoio dos estudantes Fábio Altéia e Vinícius Elias Maluf. “Quando a coisa pega fogo, entro no diálogo. Em muitos casos, não há condição para solucionar o impasse. Encerro a discussão e encaminho ao Juizado”, diz Carriel. “O primordial é o começo da conversa. Uma parte deve ouvir a outra. Enquanto um fala, o outro só observa. Não aceitamos palavras de baixo calão”, ressalta.
Luiz Gildes, coordenador da Câmara de Intermediação da Secretaria Municipal da Cidadania, explica que decisão de negociar deve partir de uma das partes. Depois disso é enviada uma carta-convite à pessoa que figura no outro lado da questão. “Em alguns casos as duas partes almejam o acerto, mas faltava a oportunidade.”
José Elias Themer, juiz coordenador do setor de conciliação e mediação do Fórum, avalia que o serviço é uma forma de levar a Justiça aos mais carentes. Themer anuncia a criação, até o fim do ano,  de centros de conciliação nas Casas do Cidadão da prefeitura que estão espalhadas pela periferia. “A ideia é substituir a cultura do conflito pela pacificação social”.
O juiz avalia que há uma demanda reprimida de casos que não chegam ao Judiciário ou às câmaras de mediação porque os mais carentes não têm acesso à informação.  “Algumas frentes do Judiciário defendem que mesmo que o número de juízes seja multiplicado, não será possível vencer a progressão geométrica do número de processos. Isso pode ser mudado com a conciliação.” http://www.redebomdia.com.br/noticias/dia-a-dia/59622/camaras+de+mediacao+ajudam+cidadaos+a+resolver+seus+impasses+antes+que+cheguem+na+justica



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